O Nubank está planejando expandir seus horizontes além dos serviços bancários e está se preparando para lançar sua própria empresa de telefonia celular. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou um contrato de credenciamento entre o banco digital e a Claro, dando luz verde para a criação de uma nova operadora móvel virtual (MVNO). O pedido, que começou em janeiro de 2024, foi recentemente visto em primeira mão pelo Jotta Tech, e a superintendência de competição da Anatel optou por homologar o acordo entre a Claro e a Nucommerce Ltda., subsidiária do Nubank.
Embora possa não ser um nome familiar, a Nucommerce está diretamente ligada ao Nubank. Ao consultar o registro do CNPJ, é evidente que um dos administradores é Guilherme Marques do Lago, o CFO do Nubank desde fevereiro de 2021. Além disso, o endereço cadastrado na Receita Federal coincide com a sede do Nubank em São Paulo.
O Nubank selecionou a Claro como sua parceira para a operação móvel. No entanto, a documentação oficial foi ajustada para excluir o item 6.3.8, que estabelecia exclusividade entre Claro e Nubank para o credenciamento de operadora virtual.
Com a alteração, o Nubank ganha liberdade para explorar negociações com outras fornecedoras de serviço móvel. Segundo a Anatel, a cláusula proposta originalmente não está alinhada com o regulamento de redes virtuais (RRV-SMP), que assegura o direito de não-exclusividade da credenciada em relação à prestadora.
A escolha da Claro levanta curiosidade, especialmente considerando sua limitada representatividade no mercado de MVNOs. A empresa atende apenas duas outras companhias do tipo: a Maga+, da Magazine Luiza, e a alemã Deutsche Telekom, focada em conectividade para Internet das Coisas. Dessas, apenas a Maga+ oferece serviços para consumidores individuais.
Os planos da Maga+ não são competitivos quando comparados com os pacotes das operadoras tradicionais. O plano mais econômico custa R$ 44,99 mensais e oferece apenas 6 GB de internet. Há a possibilidade de obter bônus de dados mediante condições como o pagamento da fatura com cartões Magalu, atingimento de metas de gastos na varejista e portabilidade numérica.
A maioria das MVNOs brasileiras utiliza a infraestrutura da TIM, em grande parte devido à Surf Telecom, que fornece uma solução white label permitindo que empresas de diversos setores também se tornem operadoras móveis. Entre as principais estão Correios Celular, Uber Chip, Lari Cel, além de lojas, times de futebol e provedores regionais de banda larga fixa.
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