Em breve, a luz solar que entra pelas janelas poderá ser usada para mais do que apenas iluminar o ambiente. Isso porque cientistas de uma escola técnica na Suíça desenvolveram uma nova célula solar sensibilizada por corante (DSSC). A descoberta pode ajudar a produzir energia popular e barata. Além de minimizar o uso de recursos fósseis, reduzindo assim os gases de efeito estufa.
As DSSCs, também conhecidas como células solares Grätzel, foram desenvolvidas em 1988 por Brian O’Regan e Michael Grätzel como uma alternativa de baixo custo. Na prática, eles converteram a luz visível em energia usando corantes fotossensibilizantes ligados à superfície do semicondutor.
Esses painéis são transparentes e relativamente baratos de fabricar. No entanto, elas não são tão eficientes quanto as células solares convencionais, que exigem semicondutores para absorver luz e gerar energia – embora possam ser feitas em cores diferentes.
Na Suíça, por exemplo, o DSSC já é utilizado em alguns edifícios com fachadas de vidro. Um deles é o Swiss Tech Congress Centre, que é um dos maiores da região do Lago Genebra e ainda recebe eventos internacionais.
Portanto, nada impede que esses painéis sejam usados em janelas, estufas ou fachadas de vidro em residências no futuro. DSSCs flexíveis também podem ser produzidos – para que possam ser integrados em eletrônicos, como telas de smartphones ou dispositivos domésticos inteligentes.
A equipe de nove cientistas faz parte do Instituto Federal Suíço de Tecnologia em Lausanne (EPFL). A descoberta foi enviada à revista Nature em dezembro passado, mas só foi publicada esta semana.
No artigo, o grupo detalha avanços em fotossensibilizadores e outros componentes de DSSCs que melhoram diretamente a eficiência de conversão sob luz solar e condições ambientais.
A equipe realmente desenvolveu um método para aumentar a eficiência de uma célula solar para 15,2% pela primeira vez sob simulação de luz solar; em testes, a estabilidade operacional durou mais de 500 horas. Ao aumentar a área efetiva para 2,8 cm², a eficiência de conversão de energia atinge um máximo de 30,2%.
Os cientistas dizem que alcançaram resultados inovadores ao melhorar o encapsulamento de duas moléculas de corante fotossensível recém-projetadas para melhorar o desempenho fotovoltaico dos DSSCs. Esta nova “versão” pode coletar luz em todo o domínio da luz visível, dizem os acadêmicos.
De acordo com o estudo, essas descobertas “abriram caminho para um acesso fácil a DSSCs de alto desempenho e oferecem amplas perspectivas para diferentes aplicações”.
Dessa forma, eles poderiam (algum dia) se tornar uma fonte de energia e substituir baterias em eletrônicos de baixa potência, usando a luz para isso. Ao mesmo tempo, grandes edifícios e até estufas podem ser conectados à rede, produzindo mais energia do que consomem.